O varejo do Rio Grande do Sul vai experimentar um crescimento médio entre 6,5% a 7,5% no primeiro semestre de 2013, o que significará um faturamento anual projetado de até R$ 54 bilhões. O reflexo deste desempenho será a disponibilidade de 35 mil vagas de trabalho, entre as existentes hoje, as novas ofertas e os temporários de final de ano. A projeção foi feita nesta quarta-feira pelo presidente da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV) Vilson Noer para quem a expectativa de boa safra de grãos, associada à expansão do crédito, ao aumento de 9% do salário mínimo e a expansão de 14% na disponibilidade de crédito serão fundamentais para tal resultado.
Conforme o dirigente, há indicativos macroeconômicos que justificam um otimismo em relação ao desempenho do setor no próximo ano. Destaca a desoneração sobre a folha de pagamento, permitindo investimentos na expansão da rede de recursos não previstos, o fim da tributação sobre participação nos lucros para o trabalhador até o valor de R$ 6 mil e a expansão de crédito como indicativos para as pretensões do bom desempenho do varejo.
Noer trabalha com um cenário de crédito em condições favoráveis para o financiamento de bens duráveis, redução da taxa de juros e continuidade do incentivo do IPI para determinados segmentos da cadeira produtiva.
—No entanto, é claro que isso significará um maior endividamento das classes C e D, o que acende o sinal de alerta para o lojista—diz.
Recrutamento adequado é fundamental
Os reflexos do bônus demográfico, que estima maior vida útil para a população economicamente ativo (PEA) brasileira até 2022, associado à baixa taxa de natalidade vão determinar que as organizações, na visão de Noer, invistam cada vez mais na qualificação e formação de sua mão de obra.
—A empresa que hoje faz recrutamento e seleção a todo o momento, sem se preocupar em formar o seu funcionário, está perdendo dinheiro e condições favoráveis para seu grupo de colaboradores— diz o dirigente. Uma das consequências, segundo Noer, dessa falta de novos funcionários adequados às necessidades do setor é a perda de produtividade.
O presidente da AGV também considera que a inoperância do Estado na execução de investimentos em áreas essenciais sob sua responsabilidade — infraestrutura e segurança — são fatores se manterão sem solução para o próximo ano.
—Muito se perdeu em 2012 pela falta de luz e na contratação de segurança privada. É hora dos governantes começarem a desenvolver políticas públicas com benefício para a sociedade— comenta.
A entidade vai procurar fazer a sua parte com a criação de mecanismos que permitam melhorar a gestão de empresas do interior, formação de lideranças, na melhoria da produtividade por metro quadrado e na criação de um banco de dados com o perfil econômico das 7 regiões em que atua.