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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Pesquisa em 10 cidades da Região Central mostra que gasolina aumentou até R$ 0,17 desde o início do mês

Viajar só para abastecer o carro é algo fora de questão para a maioria dos motoristas, já que o gasto com deslocamento dificilmente compensaria a diferença de preços. E mesmo com a variação de preço do litro da gasolina, que é grande, de acordo com levantamento do Diário em 36 postos das 10 maiores cidades da região. Os preços variam até R$ 0,40 entre o estabelecimento mais caro e o mais barato na região.
Em Santa Maria, o motorista pode encher um tanque de 50 litros gastando R$ 136 no posto mais barato encontrado pela reportagem. Mas, se o condutor estiver em São Gabriel e acabar parando no posto mais caro da cidade, gastará R$ 20 a mais. Calculando os preços médios em cada cidade, a gasolina mais cara é encontrada em São Gabriel e a mais barata, em Cruz Alta.
O aumento do preço da gasolina e do óleo diesel foi anunciado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, no dia 29 de janeiro. Dois dias depois, alguns postos de combustíveis da região já tinham reajustado os preços nas bombas, e o índice foi maior do que o esperado. Agora, duas semanas após o aumento oficial, a concorrência entre os postos e as promoções aos consumidores ajudaram a equilibrar os valores, consolidando o novo preço nas bombas. No caso da gasolina, o preço do litro subiu de R$ 0,12 a R$ 0,17 nos postos pesquisados _ ou seja, encher um tanque de 50 litros ficou de R$ 6 a R$ 8 mais caro. Já no óleo diesel, o reajuste registrado vai de R$ 0,05 a R$ 0,13.

Frete e concorrência explicam diferenças de preços
 
Para Claudio Tavares, gerente comercial da distribuidora Santa Lúcia, que vende combustíveis para cidades da região, a variação de um município para o outro é grande, principalmente devido aos custos com o frete. O transporte da distribuidora até o posto pode custar até R$ 0,05 por litro de gasolina, de acordo com ele. Cruz Alta tem o preço mais baixo porque lá os empresários gastam menos com frete, já que a cidade tem uma distribuidora da Ipiranga e está próxima a Ijuí, onde a Petrobras mantém uma base de distribuição.
_ O preço também costuma ser diferente entre o centro da cidade, onde a gasolina é o produto que mais vende, e a rodovia, em que a principal mercadoria é o diesel. Para atrair clientes, os postos podem baixar o preço da gasolina na estrada, por exemplo _ explica Tavares.
Ele adianta que, entre abril e maio, a taxa de álcool a ser misturada na gasolina deve aumentar de 20% para 25%, como uma tentativa de frear a inflação. Entretanto, o setor já espera outro reajuste nos derivados do petróleo.

Preços subirão em cascata
 
Mais do que o reajuste na gasolina, a alta no preço do diesel deve ter impacto maior no bolso dos consumidores. Mesmo quem não tem carro já está sentindo a pressão dos preços, pois mais da metade do transporte de cargas no Brasil é feito sobre rodas, em caminhões movidos a diesel. Na cidade onde o preço do diesel mais variou, Rosário do Sul, um caminhão com tanque de 600 litros era abastecido com R$ 1.290. Agora, depois do reajuste, o custo subiu para R$ 1.348,80. Para o economista e professor do Centro Universitário Franciscano (Unifra) Mateus Frozza, o reajuste dos combustíveis provoca o fenômeno chamado inflação em cascata, que atinge todos os setores e classes sociais.
_ Não há como fugir desse aumento, já que são os alimentos perecíveis, como frutas e verduras, os primeiros produtos a refletirem a alta de preços. Cidades menores devem sentir o impacto ainda mais forte do reajuste, devido à maior necessidade de fretes e à pouca concorrência entre os postos _ explica o economista.