A PEC 35 – Proposta de Emenda à Constituição – que prevê a extinção do salário de vereadores para Municípios com menos de 50 mil habitantes está causando muita polêmica entre a União de Vereadores do Rio Grande do Sul e o senador Cyro Miranda, do PSDB de Goiás, proponente da matéria.
Ao falar em entrevista na Rádio Progresso, o presidente da Uvergs e vereador em Entre-Ijuís, Antônio Inácio Bacarin, PMDB, (foto) chamou o senador Miranda de demagogo e que o projeto é inconstitucional.
Bacarin criticou que o senador usa ternos lindos e pisa em tapetes pomposos, enquanto o vereador anda de bombacha e no meio do povo para ouvir a sociedade.
O presidente da Uvergs ainda frisou que esteve recentemente em Brasília juntamente com outras pessoas e se surpreendeu pelo fato dos três senadores gaúchos terem assinado a PEC, mesmo sem saber do teor da matéria. Inclusive enfatizou que Câmaras de Vereadores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso já estão se mobilizando para evitar que o projeto seja aprovado.
Antônio Inácio Bacarin questionou porque os senadores também não extinguem os próprios salários e que o orçamento do Senado é superior a todo valor investidos nos Legislativos municipais do Brasil.
E as críticas não pararam por aí. Durante a entrevista, Bacarin ressaltou que o senador Cyro Miranda não teve nenhum voto durante a eleição, visto que é suplente de Marconi Perillo, atualmente licenciado do cargo, visto que é governador de Goiás.
Para ele, se os salários dos vereadores com Municípios de menos de 50 mil habitantes forem extintos, vamos ter os chamados “mensalinhos” nos Municípios pela necessidade de verbas e que poucas pessoas vão ter interesse em concorrer a vereador, visto a PEC.
Antônio Inácio Bacarin ainda enfatizou que há prefeituras gaúchas que apóiam a PEC, por achar que vai sobrar mais recursos aos Municípios, porém isso se torna preocupante. O presidente da Uvergs entende que a posição do senador é demagogia e que deveria defender os royalties do petróleo.
De acordo com Bacarin, Cyro Miranda também não ouviu ninguém antes de propor a matéria. O presidente da Uvergs ainda questionou para quem a população vai recorrer se houver extinção dos salários e o desinteresse pelo Legislativo.
Fonte: Jornal Integração Regional